quarta-feira, 21 de abril de 2010

Realidade

A realidade da vida é uma coisa que poucos enfrentam. Uma dose de realidade não faz mal a ninguém. É necessário buscar sua independência e o próprio benefício. O homem, apesar de ser um ser que necessita da presença de seu próximo, não pode depender de conselhos alheios. Cada um deve desenvolver sua própria capacidade de sobrevivência.

Agora como que o homem pode ser individualista e sociável ao mesmo tempo?

Nos Estados Unidos, é visível o enfoque dado na educação para que as pessoas desenvolvam sua individualidade e a iniciativa própria. Quem tem atitude é bem visto por aqui. A noção que eles possuem nessa faculdade é quase que perfeita. Explora uma grande capacidade humana, a da transformação. Eles estão transformando e atualizando sempre. Não é como no Brasil, restrito à apenas uma elite. Ela atinge à muito mais cabeças aqui. Muito mais cabeças pensam por aqui.

E se você tem algo à oferecer, eles não hesitam em investir, pois sabem que o lucro que você trará será muito maior. Por essa razão muitos pensadores, matemáticos, atletas, foram trazidos de outros países com a certeza do investimento. Bom para os profissionais e bom para o país. O Brasil parece que não descobriu isso, ainda.

No entanto, voltando a minha pergunta inicial, acredito haver uma grande carência de afeto ao povo estado unidense. Eles de alguma maneira transparecem essa falta de carinho entre eles. Não sei se falo isso porque sou um latino de sangue quente, mas de fato eles ainda não podem se vangloriar da conquista da individualidade, por ainda não serem totalmente indivíduos completos. Talvez essa ideia não esteja acabada ainda. Talvez esteja em pleno processo.

De modo geral, acredito que deva haver um equilíbrio entre as vontades do Homem. Não pode ser tão individualista, senão acabará por espantar seus semelhantes por competição e inveja. Mas também não pode ser apenas socialista, visto que vai extremamente contra a natureza do Homem. Nem todos pensam de igual maneira e assim seus valores e condutas são diferentes. Como podem várias cabeças pensarem nas mesmas coisas e da mesma maneira? É impossível. Tentativas de governos de reger o país e seu povo com ideias para o bem comum não vingaram. Talvez por não terem alcançado seus planos utópicos. A verdade é que a ganância pelo poder sempre reinou na cabeça do Homem. Agora por quê?

Bom, essa é uma resposta bem complicada de se dar e eu não vejo ainda uma luz. Mas vagamente, me passa pela cabeça que quem está no poder faz o que quer. Portanto, parece que o Homem quer sempre exercer sua vontade e apresentar alguma diferença. Com o poder em suas mãos, dificilmente isso lhe será privado. Porém, existem muitos Homens querendo fazer a mesma coisa. Mandar. Como que dois Reis reinarão em um só Reino? Ou entram em acordo e se contentam em realizar menos de suas vontades, ou entram em conflito em busca do reino íntegro e único.

E para onde foi a realidade? Perdeu-se em pensamentos fictícios!


sábado, 17 de abril de 2010

Hipocrisia


Quanta ignorância. Como pode a humanidade ser tão hipócrita? Vivemos em nossos mundos, procuramos nossos lucros, queremos que o próximo se lasque e ainda temos a cara de pau de fingir que nos preocupamos com o próximo!

Mahatma Ghandi bem afirmou que o homem procura riqueza durante a vida inteira, e depois gasta uma grande quantidade, senão inteira, para se recuperar de sua enfermidade quando velho. A vida é uma grande hipocrisia. Todos participamos do grande teatro humano para nos beneficiarmos da boa vontade dos outros.

Alguns já nasceram na desgraça. Não tiveram a oportunidade de conhecer a boa vontade e a solidariedade. Nasceram no egoísmo, na mesquinhice, se é que essa palavra existe. Na ignorância, na inveja, na grande merda que nasceram. Agora, como reabilitar um sujeito que cresceu a vida inteira na merda? Como ensinar à um garoto que é errado roubar se, todos em sua casa roubavam, na rua e na sua cidade? Por que é tão difícil mudar a opinião de um certo indivíduo quando atinge a maturidade?

São perguntas que me duram a chegar. Ninguém ousou me responder. As procuro no dia a dia no desenrolar da minha história. Observo cada um. Quem sabe Deus?

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A nova religião do Homem

A humanidade não pode viver sem o bem. Faz parte de sua integridade querer o bem. Platão já dizia: “O mal existe, isso é inegável, pois é o contrário do bem”. Portanto, sua necessidade a faz se sentir leve e aceita por todos. O homem gosta de se sentir inserido, aceito, protegido no calor de familiares, amigos, da comunidade. Exercendo o mal, por mais que ele insista, ele só irá se distanciar de tal fenômeno. Esse fenômeno gera um sentimento de paz, leveza, ternura, relaxamento.

É esse mesmo sentimento que acredito ser provocado pela aceitação da Religião. Acreditando em Deus e seu filho, Jesus Cristo, como também em outros ícones milagrosos, o homem se sente protegido, seguro de um futuro incompreensível e incerto.

Admiro como a religião e a crença em deus conseguem libertar e abrir certas mentes. Pessoas que estão afundadas na lama da criminalidade, futilidade, ignorância social, conseguem reeguer-se e produzir algo de bom em suas vidas. Produzem e disseminam algo prazeroso, bom, agradável. Como podem, pessoas que sempre exerceram o mau e tão próximas da violência, drogas e deturpações do viver social, se tornarem amáveis e se respeitarem? Isso é um Milagre?

Certamente irão dizer ser obra de Deus. E por mais que os Ateus neguem, Ele faz muito bem as pessoas. Mesmo não acreditando na sua onipotência, vejo que sem sua presença, o caos e a depressão reinariam. Onde se buscaria a força? O consolo? O Perdão? A quem recorrer?

Deus é uma criação da Humanidade. É como a tribo Azande, do interior da África, atribui acontecimentos à feiticeiros, ou como os Japoneses da era feudal proferiam diante de situações inevitáveis e de tristes fins: “É Karma”, é a vida, foi como Deus quis, ocidentalmente falando.

A ciência caminha para a independência. No entanto, lá no fundo de meu pensamento me pergunto se a verdade nua e crua deixará o Homem infeliz.

Como mencionado anteriormente, o caos pode prevalecer em virtude da falta de um símbolo capaz de reter as lamúrias de milhares de religiosos. O Homem facilmente se tornará depressivo e revoltoso. Certamente procurará uma alternativa para eliminar sua ansiedade e desconforto. É onde aparece a Psicologia!

O homem descobrirá que o poder da mente é tremendamente poderoso, capaz de nos solucionar problemas extremamente complexos e quem sabe um dia curar doenças como uma gripe sem a necessidade de ingerir medicamentos. Apenas com a força da mente, conseguirá ignorar o frio mesmo estando nú. Grandes cientistas como Einsten, afirmaram o cérebro humano ser uma grande potência adormecida. Acreditava-se que não usamos nem 10% de nossa capacidade encefálica.

Acompanhei durante alguns meses, um grupo de jovens que pregava as palavras da Bíblia. Diferentemente de outros cultos por mim já vistos, esse tinha algo realmente interessante. Eles não liam apenas, mas "cantavam" os versículos. Seus integrantes eram todos cantores de rap, e sua grande maioria, ex-presidiários.

Assistindo ao culto, o rapper pregador se referiu à Deus de uma forma que me chamou a atenção. Ele disse:
“Você pode enganar ao Pastor, mas não pode enganar a Deus”

Essa frase é interessantíssima. Nesse caso, ele se referia à pessoas que fingem entregar-se a Deus, simulando na frente do pastor, a fim de obter vantagens com a suposta devoção. Porém, segundo ele, Deus seria capaz de de “ver” dentro de você seu real sentimento. Não basta demonstrar paixão ao Divino, é necessário sentir. Isso é um preceito básico da Psicologia!

Existem inúmeros pacientes fazendo sessões de análise com uma grande dificuldade de serem felizes. Muitos dizem se esforçarem para sorrir e serem simpáticos. Procuram várias maneiras de aparentarem felicidade. Poucos sabem que passam a vida inteira fingindo.

E se, naquela frase do trovador, trocássemos “Deus” por “si próprio”? O que aconteceria com o sentido da frase?
“Você pode enganar ao pastor, mas não a si próprio

Os únicos capazes de saber qual sentimento estamos escondendo, somos nós mesmos. É visível a vontade do homem em querer acreditar em Deus. Por não conhecer as funções internas da cabeça, seus impulsos, pensamentos, desejos, e para não ficar à deriva sem respostas, o senso comum rapidamente cria algo para justificá-lo. A primeira ideia sempre é a mais distorcida. Cabe a ciência analisá-la e decifrá-la sistematicamente em busca da real verdade.

A presença Dele no cotidiano do ser Humano é a forma encontrada para amenizar seus aflitos. A conversa com ele corresponde à reflexão. Isso é muito difícil de compreender e explicar atualmente, pois a humanidade ainda não tem conhecimento pleno do funcionamento do cérebro. As explicações da existência de um subconsciente capaz de pensar coisas que não queremos e desprezamos, ainda não são suficientemente satisfatórias. Pelo contrário, são ainda incipientes, estão germinando, falta muito ainda para se obter algo científicamente comprovado e claro.

O homem está em plena transição. Ele está saindo de um estágio animal, de costumes e comportamentos instintivamente irracionais e está se dirigindo para a formação de um grande ser, capaz de controlar seus impulsos e dominar o meio exterior por meio da mente. Basta acompanhar os últimos anos da história do homem, retornando ao homem pré-histórico. De lá para cá, suas mudanças foram imensas, mas o que mais se destacou foi o aumento da massa encefálica, provocando uma grande diferença entre ele e os demais animais.

* Eu me atrevo dizer que Deus está com seus dias contados. A humanidade não mais se contentará com seus dizeres e feitos. Logo, tornar-se-á insuficiente para o desenvolvimento intelectual humano. A Bíblia quando atentamente lida, fará com que as pessoas se perguntem se aquilo realmente é possível de acontecer. Isso ocorrerá quando a sociedade for mais justa e estável, não sendo mais necessário seu suporte básico de consolo. Talvez surja outro mais complexo, outro ser Divino com outra estória messiânica de salvação. Quem sabe?

Qual a solução para a sociedade Brasileira?

Violência no Brasil – comentário sobre o documentário de Kátia Lund e João Moreira Salles “Notícias de uma guerra particular”


Qual a solução para a violência nesta terra? Como chegamos a esta situação? De quem é a culpa? Da sociedade? Dos políticos? Bandidos? Policiais?

Acredito que seja de todos um pouco. Cada um deles tem sua colaboração com que acontece. O morador que prefere não delatar o bandido. O bandido que prefere roubar à trabalhar. O trabalhador que paga o policial para fazer “vista grossa” com algum ato ilícito de sua parte. O policial que pratica extorsão e abuso de autoridade. Tudo faz parte de uma balança do comportamento humano. Quando há uma atitude considerada errada por parte da polícia, há a retaliação por partes dos marginais, e vice versa.

O morador fica perdido nessa guerra particular. Para quem recorrer nesta situação de fogo cruzado? Os das classes média e alta, fecham-se em suas casas com grades, câmeras de vigilância, alarmes, seguranças, carros blindados. Os das classes menos abastadas recuam também com medo da repressão sofrida pelos policiais e preconceito das demais classes.
A aproximadamente 5 anos atrás foi publicado na revista “Veja” um artigo referindo-se à um fenômeno denominado de “abismo entre classes”, o que é verdade puríssima. Elas simplesmente não se entendem, nem ao menos se relacionam. Os contáveis momentos de encontro se resumem à eventos públicos de futebol, alguns shows, onde é visível a tentativa de separação. Ingressos para camarotes e para pista.

Outra situação de sarau para ambos é, senão a mais conhecida, a relação de chefe e empregado. Dificilmente se entendem. Esse fato é facilmente comprovado com os inúmeros processos entre patrão e funcionário que enchem gabinetes de magistrados. Vivem em mundos inteiramente diferentes.

Enquanto uns ambicionam viajar pelo mundo, conhecer novas culturas, abrir um próprio negócio e ganhar dinheiro, outros estão planejando estudar um poquinho para abocanharem um serviço público e relaxarem, pois acreditam que dessa forma, estarão estabilizados. É bem verdade que o serviço público é almejado por uma grande parcela da população, não só pelas mais carentes, mas é muito pouco. A vida é muito mais do que um serviço público. Talvez o texto esteja descambando para algo que não se enquadre no contexto. Talvez. Subemprego é o ofício do faxineiro, porteiro, atendente. São considerados empregos de baixa remuneração e preenchidos por pessoas que obtiveram uma má qualidade de ensino. Não que seja algo ruim, cada um tem direito a escolher o que quer fazer de sua vida. É obrigação do Estado oferecer alguma dignidade à essas pessoas. Um salário mínimo é inconcebível! Como pode R$ 465,00 proporcionar uma vida confortável?

A população brasileira é despolitizada e não tem conhecimento de seus direitos. É facilmente manipulada pelos detentores do poder que omitem e alteram informações. A política virou emprego de carreira para mal amados e infelizes em suas vidas pessoais, que transfomam realizações políticas em troféus de suas sabedoria e inteligência. Um bando de pavões dançando e amostrando-se, efetuando a dança do acasalamento para membros do mesmo sexo. Um show de vaidades. Adoram lamberem-se e elogiarem-se uns aos outros:

“O excelêntíssimo senhor deputado da região tal tem muito prestígio para com minha pessoa...” ou,
“Vossa excelência é exemplo para esta casa” e também,
“Vossa excelência sabe quanto respeito tenho por sua pessoa”
“Parabenizo vossa eexcelência, com toda sua sabedoria e conhecimento... e blá blá”
É lastimável que tenhamos de eleger parlamentares de uma lista de terríveis representantes. Nosso objetivo se define a escolher o menos pior. Aquele que poderia fazer menos besteira, possívelmente roubar e mentir menos. Estão mais preocupados em locupletarem-se do que realizarem grandes feitos para a sociedade. Por quê? O que houve com a maioria deles para perderem-se do caminho ético? Para onde foram seus valores morais? Por que ficam tão preocupados em enriquecer e surrupiar os cofres públicos?

Pergunto-me: Qual a solução para a sociedade Brasileira?