quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Política de Crescimento

Hoje, lendo um artigo sobre a visita de Adriano na favela Vila Cruzeiro no site da "Folha", me deparo com o seguinte parágrafo:

"Ontem, um ônibus da Secretaria Estadual de Trabalho e uma van da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia passaram o dia recebendo jovens e crianças. O ônibus oferecia cursos para capacitar jovens que pretendem trabalhar durante a Copa-14 e a Olimpíada-16; a van colocava as crianças para se divertirem na internet."

É triste perceber como o povo é manipulado. A oportunidade só vem quando convém. Se não fosse uma copa e olimpíada, as coisas estariam do mesmo jeito. As favelas estariam na mesma, com tráfico rolando a solta, a alienação e clandestinidade presentes.

Porém, não interessa mais. Para gerar renda ao estado, faturar com os gringos endinheirados, os investimentos em infra-estrutura e o escambal, precisa-se de mão de obra! Quem? o estudante de direito? não! o de medicina? Não! talvez o futuro jornalista? Também não! Quem então? O FAVELADO!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Forrest por outro ângulo

Análise Forrest Gump.

Tive uma visão interessante sobre o filme Forrest Gump recentemente.

Interessante, pois o assisti dezenas de vezes, porém não havia percebido que o objetivo principal do autor era focar o desenrolar da história de três personagens.

Aliás, já sabia que havia três personagens, Forrest, o Tenente Dann e Jenny. Bubba e a mãe Gump não são importantes. Apenas coadjunvantes de Tom Hanks.

Com isso, temos o desenrolar de uma história vivida nos EUA a partir da década de 50 com três pontos de vista.

Evidentemente, esses três pontos de vista são dos personagens acima destacados. De forma curiosa, o autor soube dividi-los de acordo com suas expectativas e filosofias de vida. Os três, como nós, procuram aproveitar e viver a vida da melhor maneira possível. Destaco a seguir os três pontos:

1 - Tenente Dann: Tipicamente republicana e conservadora, sua família participou de todas as guerras americanas. Desde a independência dos EUA, até a guerra do Vietnã onde ele, presente nesta última, acredita estar completando seu destino.

2 – Jenny: Típica filha de um fazendeiro pobre e perturbado pelas complicações da última grande guerra, sofre nas mãos do pai alcoólatra desde pequena tendo como única opção a fuga de casa. Com o passar do filme, percebe-se que durante quase todo o longa, ela permanece fugindo e fugindo, mas o filme deixa encoberta sua razão. A fuga tornou-se parte da sua índole. Ao surgir um problema, a única saída seria a fuga. Sua educação foi assim. Na verdade, sua vida é muito mais infeliz do que a dos outros. Pois ela permanece nesse estágio infeliz acreditando ter que fugir continuamente até encontrar a felicidade, apelando para drogas fortes muitas vezes.

3 – Forrest: Sempre tratado como um sujeito diferente. Chamam-no de bobo, idiota e imbecil desde criança. Incompreendido, era tratado de maneira humilhante não só por seus amigos, mas também por adultos próximos da família.

Se analisarmos o filme como um todo, poderemos perceber que Gump é o único quem consegue realizar todos seus desejos. Ele simplesmente vive. Faz o que lhe dá na telha. Não segue nenhum método ou filosofia de vida. O “american way of life” passa longe de sua concepção. Ele ama. Vive o momento, o presente. Faz fortuna. Fica famoso. Viaja pelo mundo. Tudo considerado ideal pela sociedade ocidental. Mas ele não liga para isso. Para ele a riqueza, fama, são consequencias da vida. Não são tão importantes como sua mãe, Bubba e Jenny. O amor está inserido nas suas relações. Porém de maneiras diferentes.

A história era para ser triste? Para quem?